Levando sustentabilidade familiar para as empresas 

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As relações entre empresas e as pessoas que para ela trabalham, sejam elas chamadas colaboradores, funcionários, empregados ou mesmo trabalhadores, variam muito, ao redor do mundo. Não vamos discutir essas relações aqui, até porque precisaríamos de um livro e não de um blog para tanto assunto, sem contar que não sou expert em temas de RH. Mas, o que vamos tratar tem a ver com uma das poucas coisas em comum que existe na maioria, se não totalidade dos países: essas relações se limitam ao binômio empresa – colaborador, envolvendo diretamente pouco ou nada as famílias dos colaboradores. Isso precisa ser assim ou seria melhor existir um trinômio empresa – colaborador – família?

A realidade hoje

Como melhorar o desempenho da empresa? Como fazer mais, gastando menos? Como diminuir perdas, acidentes e riscos em geral? Como atender às exigências dos clientes? Como atender demandas de ESG?São muitas as perguntas que donos, executivos e gestores das empresas se fazem. Cada uma tem sua realidade, mas um dos primeiros lugares em que se procuram respostas é na área de RH/pessoal, afinal uma grande parte dos custos e dos riscos de acidentes e das demandas está relacionada aos recursos humanos empregados no negócio.No entanto, apesar da enorme importância do controle dos custos e riscos, fazer a gestão dos recursos humanos não é apenas buscar reduzi-los, mas como acontece na gestão da empresa em geral, é também estabelecer as condições para que os melhores resultados sejam obtidos com os menores custos.

No caso dos recursos humanos, tenta-se atrair e manter os melhores profissionais oferecendo um conjunto de salário, benefícios e condições de trabalho condizentes com a realidade da empresa e com as expectativas do(a) profissional. A experiência e a literatura mostram que colaboradores satisfeitos valorizam a empresa, são mais produtivos, mais engajados no negócio, mantém relações mais adequadas com seus colegas, fornecedores e clientes e trabalham com mais segurança, reduzindo o risco de acidentes.

A satisfação dos colaboradores tem diferentes nuances. Uma parte delas está ligada a componentes e aspectos profissionais, mas muitas são de caráter pessoal ou familiar. Satisfação e preocupação andam juntas: “Estou fazendo o que esperam de mim ou corro risco de perder o emprego? Vale a pena trabalhar aqui ou consigo coisa melhor em outro lugar? Que futuro este trabalho traz para a minha família? Como faço para que o trabalho não atrapalhe minha vida em casa e vice-versa? Não está fácil cuidar da família com tantas demandas, como fazer para diminuir tanto stress?”

Situações estressantes no trabalho acabam por se refletirem no colaborador e não ficam limitadas, muitas vezes, ao ambiente do trabalho e são levadas por ele a outros grupos de seu convívio, em particular a sua própria família.

O papel das famílias

Uma questão muito pouco considerada é a influência da família nas relações empresa-colaborador, mas não é difícil perceber que situações familiares estão relacionadas com situações na empresa, e o contrário também é verdadeiro, sendo os colaboradores (talvez até mais as colaboradoras…) os principais agentes e elos. Por isso, a preocupação das empresas com as famílias deles deve fazer parte da gestão dos seus recursos humanos. Pesquisas nos Estados Unidos, que devem ter resultados semelhantes no Brasil, mostram que 70% das pessoas considera a família como a coisa mais importante em suas vidas, seguida por dinheiro (35%) e carreira (25%). É impossível desassociar o que acontece no âmbito da empresa ao que acontece no âmbito das famílias e vice-versa. 

Esse fato ficou ainda mais evidente com a pandemia do COVID 19. Como resposta mundial, muitas empresas passaram a ter um “escritório” na residência de seus colaboradores, e os membros da família passaram a participar de muitas reuniões de trabalho… Passados dois anos, ainda estamos vivendo um período pós pandemia, com empresas e seus colaboradores passando por ajustes causados pelo isolamento. As consequências dessa mudança drástica e repentina ainda estão sendo assimilados tanto do lado das empresas quanto das famílias, mas uma coisa é certa: o maior relacionamento entre ambas veio para ficar. 

Se as empresas, seus colaboradores e as famílias deles influenciam uns aos outros, como fazer para que esse ciclo seja virtuoso e traga melhorias para os três lados? 

Dentro desse novo cenário passa a ser oportuno, estratégico e, talvez, imprescindível, entender as necessidades dos colaboradores e de suas famílias e então, identificar, priorizar, definir e alinhar todas as ações das empresas que tenham relação com eles. É possível ajudar as famílias a melhorarem sua qualidade de vida por meio de ações baseadas no conhecimento das necessidades e aspirações das famílias, dentro de uma ótica de sustentabilidade familiar, ajudando-as a melhor resolverem seus problemas e a atingirem seus objetivos consistentemente, ao mesmo tempo em que buscamos a sustentabilidade da empresa.

Até hoje, não existia nenhuma ação nesse sentido

A mudança

A FASUS está oferecendo para as empresas realizar estudo na empresa e nas famílias dos colaboradores, visando melhorar o desempenho deles, reduzir seu stress, o absenteísmo e acidentes no trabalho e no trânsito, fortalecer os laços entre eles e a empresa, ajudar suas famílias a serem mais sustentáveis e felizes, e conseguir a otimização dos benefícios concedidos. 

Uma transportadora especializada em produtos perigosos, a Zorzin Logística, teve a liderança, visão e, por que não dizer, a coragem de ser a primeira a dar esse passo. Ela conhecerá, em 45 dias de trabalho:

  1. As principais situações familiares dos colaboradores e como elas afetam o seu desempenho no trabalho;
  2. As principais situações na empresa que estão afetando a qualidade de vida da família dos colaboradores e como elas se refletem neles(as) e na própria empresa;
  3. O valor dado aos benefícios concedidos pela empresa por parte das famílias dos colaboradores;
  4. Possíveis melhorias nos benefícios atuais e eventuais novos benefícios que sejam mais interessantes para a empresa e para as famílias.

Os resultados do estudo serão disponibilizados para a empresa na forma de um relatório, contendo análise da situação atual e recomendações de encaminhamento de ações futuras, incluindo possíveis novos benefícios. A critério da empresa será oferecido, como nova proposta, trabalho específico de introdução dos benefícios e de apoio à sustentabilidade familiar de cada família que participe de um segundo estágio de ações de melhoria.

Cada família receberá um pequeno relatório individual, que apresentará uma síntese da sua situação atual, uma visão de suas prioridades presentes e das suas aspirações futuras.

É o começo de uma longa (e sustentável) jornada!

O Autor

Marcelo Kós Silveira Campos

É um profissional com mais de 30 anos de experiência em temas ligados à sustentabilidade, dos quais mais de 20 trabalhando com a indústria química. Atuou no desenvolvimento de normas, sistemas e iniciativas para a gestão de saúde, segurança, meio ambiente, responsabilidade social e comunicação em empresas e organizações brasileiras e internacionais.

É engenheiro químico pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e mestrando em Desenvolvimento Sustentável na Universidade de Utrecht, na Holanda.

É o CEO da FASUS.

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