Sustentabilidade Familiar: Famílias Sustentáveis fazem um mundo sustentável.

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Olá! Essa é o post inicial de nosso blog da FASUS – Família Sustentáveis®. Vamos usar nosso blog para conversarmos sobre melhoria de qualidade de vida, mais diretamente a qualidade de vida de nossas famílias, mas de uma forma diferente e até inovadora, ligando esse assunto tão importante a outro, que atinge a todos nós: a sustentabilidade da vida no planeta.

Vamos tratar do novo conceito que estamos propondo, que chamamos de Sustentabilidade Familiar. Ele tem relação direta com Desenvolvimento Sustentável, mas nós vamos apresentar essa relação de forma a fazer sentido para aqueles que não são técnicos no assunto. Essa é a nossa proposta.

E a vida, como vai?

Para começarmos nossa primeira conversa, imagine, por favor, um momento em que se sinta bem, em algum lugar que goste de estar. Eu vou pensar que estou com pessoas de quem gosto, uma das quais é você, em um final de tarde, tomando um bom vinho, acompanhado de uns bons “tira-gostos”. De repente, o que é muito natural, alguém puxa o assunto que estamos ali curtindo o momento, mas que ganhar a vida está cada vez mais difícil. Na cabeça de cada um imediatamente se forma uma imagem diferente, afinal, o assunto é comum a todos, mas as situações quase nunca são iguais, dependendo da pessoa.

Aquele(a) que puxou a conversa começa a comentar que os preços das coisas não param de subir e que ganhar dinheiro para manter a família não está fácil. Uma segunda pessoa emenda, diz que quando era jovem, a vida era mais tranquila, porque não havia tanta coisa, tantas opções, e que, além do mais, com a internet, nem ir ao shopping precisa mais, dá pra gastar bastante mesmo sem sair de casa… 

O assunto vai rodando, entra no custo da escola das crianças (ou da faculdade), que cobram caro mas não se sabe se o que ensinam é ou vai ser útil, no aumento absurdo do aluguel (ou da prestação da casa), no preço do combustível, na dificuldade para achar um médico, no preço da carne, na falta de segurança para sair à noite, e por aí vai.

São conversas ligadas ao dia a dia, e cada um vai dando seu exemplo pessoal ou de alguém que conhece, que passou por alguma situação interessante ou absurda.

Me diga, quantas vezes esse tipo de papo já aconteceu com você?

Comigo acontece com frequência. Todo mundo está sempre com algum problema em casa e tenta achar uma solução, ouvir alguma experiência interessante, ou, às vezes, só jogar conversa fora porque nem acredita mais que exista solução.

Mesmo que tenha sido um momento de descontração coletivo, a verdade é que aqueles amigos estão preocupados e quase sempre inseguros em relação ao futuro, que todos escutam dizer que vai ser ainda mais complicado. Quantos você conhece que tem planos de longo prazo para suas famílias, ou mesmo de curto prazo?

Não é pra menos, pra qualquer lado que se olhe, o número de notícias ruins é umas mil vezes maior do que o de boas; há muitas opiniões sobre o que é uma vida boa, e ainda tem um monte de “experts” prometendo caminhos milagrosos, mas é difícil saber se o que falam é certo, enfim, falta o GPS para dizer onde estamos, a visão clara do endereço que queremos chegar (a vida melhor) e o app de navegação para guiar o caminho!

Sustentabilidade e Meio Ambiente

A conversa continua e as garrafas de vinho (ou cerveja) vão sendo esvaziadas. Talvez a minha experiência de vida seja diferente da sua, mas, mesmo depois de muito tempo (e alguns goles), é muito raro sair um assunto sobre sustentabilidade, apesar de ter tudo a ver com a conversa que estava acontecendo sobre a vida. Digo isso porque a palavra sustentabilidade significa apenas a capacidade de alguma coisa se manter por um período de tempo. Sendo assim, seria natural que as pessoas a usassem para falar quando estão buscando formas de manter sua capacidade de dar boa qualidade de vida às suas famílias nos próximos anos.

No entanto, sustentabilidade acabou virando sinônimo de cuidar do meio ambiente, um assunto que acaba até aparecendo nas conversas, em casos especiais, principalmente se tiver acabado de sair alguma notícia na mídia sobre meio ambiente, ou esteja muito quente e sem chuva, sei lá, algo que lembre de mudanças climáticas, que está por todo lado. 

Por que isso aconteceu?

Sustentabilidade entrou no vocabulário ao ser usada por cientistas, especialmente os do chamado “Clube de Roma”, quando alertaram, pela primeira vez, no final dos anos 1980, que a sociedade mundial estava caminhando para níveis de produção e consumo que o planeta Terra não teria capacidade de sustentar.

Eles falavam sobre manter a capacidade do planeta de suportar a vida no longo prazo, e por isso focaram em grandes temas como esgotamento de reservas naturais e poluição global, fazendo previsões com modelos matemáticos.

Desenvolvimento Sustentável e melhoria de vida

O relatório que produziram não deixava dúvidas, ou mudamos nossos padrões de produção e consumo, que geram polução, esgotamento de reservas naturais, e agora também aquecimento global, ou acabaríamos destruindo o planeta. Milhares de novos estudos e pesquisas só vem confirmando o que eles mostraram.

A menção à insustentabilidade dos níveis de produção e consumo gerou dois desconfortos, pois significava que: (1) os “ricos” teriam que limitar ou até diminuir seu crescimento e seu padrão de vida e (2) os “pobres” não poderiam melhorar e ficariam condenados a continuar com padrões de vida insatisfatórios.

Nem precisa dizer que a mensagem não agradou a ninguém, já que todos querem ter a possibilidade de poderem melhorar suas vidas. Mas como fazer isso em um planeta com limites para o crescimento?

Desde que o mundo é mundo, as sociedades e, portanto seus cidadãos (as gerações passadas), conviveram com limites locais ao seu crescimento, mas essa era a primeira vez que se ouviu falar sobre limites globais. De certa forma, havia a noção que os recursos eram infinitos, ou pelo menos mais do que suficientes para manter o crescimento econômico indefinidamente, e assim, permitir melhorias na vida das pessoas ao redor do mundo.

Como os limites foram mostrados, era preciso encontrar uma alternativa para mudar a noção de que desenvolvimento acontece apenas com crescimento econômico, e indicar que é possível melhorar os padrões de vida de todos sem ultrapassar os limites. Esse movimento começou ainda na década de 1970 e levou ao conceito de Desenvolvimento Sustentável, proposto pela ONU no documento “Nosso Futuro Comum” em 1987.

A definição de Desenvolvimento Sustentável diz que ele é “aquele no qual a geração presente pode ter suas necessidades atendidas sem evitar que as gerações futuras possam atender às delas”. Verdade seja dita, a proposta de Desenvolvimento Sustentável veio acompanhada do conceito de que ele é constituído por e depende de três pilares, o social, o econômico e o ambiental, mesmo que o último pilar continue sendo o mais visível.

Vamos voltar para a nossa reunião de amigos. Estávamos comentando como a vida está mudando rápido, como está cada dia mais difícil manter um padrão de vida adequado. Estamos todos inseguros sobre como fazer para buscar garantir o futuro de nossas famílias. Todos queremos poder melhorar de vida, em um mundo socialmente justo, economicamente viável e ambientalmente saudável, e estamos atrás de caminhos que nos levem nessa direção.

Mas amigos devem sempre se ajudar, não é?

Sustentabilidade Familiar

Sendo assim, temos que trazer para a roda um novo assunto, que vai ser novidade para todo mundo. Vamos conversar sobre como usar práticas ligadas à sustentabilidade para ajudar famílias a desenvolverem sua capacidade de melhorar sua qualidade de vida no curto, médio e longo prazos, o que é o mesmo que falar sobre como melhorar a qualidade de vida das famílias de modo sustentável. Chamamos esse novo assunto de Sustentabilidade Familiar.

Ele não é novo apenas nesta roda de amigos. Fala-se, por exemplo, sobre sustentabilidade ambiental, sustentabilidade empresarial, sustentabilidade pessoal, etc, no âmbito político, empresarial e acadêmico. Porém, a abordagem da sustentabilidade familiar tem sido pouco, ou quase nada, explorada, apesar de nos parecer óbvia. Uma busca no Google sobre Sustentabilidade Familiar vai retornar pouca coisa, e quase nada associado ao conceito de melhoria de vida de famílias, indicando que há muito o que se discutir e fazer sobre o tema.

Uma das primeiras coisas que unir sustentabilidade com melhoria das famílias faz é tornar mais próxima a definição de Desenvolvimento Sustentável da realidade das pessoas, uma vez que ela fala do atendimento das necessidades de diferentes gerações. Mas que gerações são mais importantes para nós do que as gerações de nossas próprias famílias?

Ao propormos ajudar e planejar as melhorias de gerações de famílias, criamos uma nova definição de Desenvolvimento Sustentável, mais factível, relevante e muito mais próxima de nossa realidade:

Desenvolvimento Sustentável é aquele no qual a geração presente de nossas famílias pode ter suas necessidades atendidas e trabalha para que as gerações futuras possam atender às delas”.

Essa conversa é a razão de ser desse projeto Fasus – Famílias Sustentáveis. E como toda boa conversa, ela vai longe, é melhor trazer mais comida e bebida!

O Autor

Marcelo Kós Silveira Campos

É um profissional com mais de 30 anos de experiência em temas ligados à sustentabilidade, dos quais mais de 20 trabalhando com a indústria química. Atuou no desenvolvimento de normas, sistemas e iniciativas para a gestão de saúde, segurança, meio ambiente, responsabilidade social e comunicação em empresas e organizações brasileiras e internacionais.

É engenheiro químico pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e mestrando em Desenvolvimento Sustentável na Universidade de Utrecht, na Holanda.

É o CEO da FASUS.

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